Sweet (?) Dream
Capítulo I
O dia havia sido extremamente cansativo para ele que ainda por cima teve que voltar para casa a pé, pois o carro estava com problemas e ele sem tempo, não o havia podido levar ao conserto.
Parecia realmente anormal as ruas de Tóquio estarem tão vazias aquela noite. E a rua escura pela qual ele era obrigado a passar o assustava um pouco.
E assustou ainda mais quando ele ouviu um estardalhaço de algo muito pesado caindo no chão. Algo como... Um corpo?
Com medo, ele parou estático na entrada da rua e observou cauteloso um vulto que começou a se formar em meio à escuridão. O ser vinha andando em sua direção um pouco oscilante, como se fosse se despedaçar a qualquer momento; e quando chegou um pouco mais próximo da luz ele pode ver que se tratava de uma mulher que trajava um belo vestido longo e negro quase imperceptível á falta de luz.
Ele apenas a observou.
Seus cabelos estavam desarrumados e suas vestes um pouco fora do lugar.
“Teria ela sido estuprada?” ele pensou nervoso.
Quando ele viu, ela já estava parada a sua frente e fitava o nada com o olhar meio perdido. Do nada ela desmaiou e ele a segurou a tempo de impedi-la atingir o chão.
Sem saídas, ele acabou a levando até sua casa.
Achava-se um idiota fazendo isso, afinal, ela poderia ser alguma criminosa, mas ele não teria como deixa-la jogada na rua.
Ouviu seu telefone residencial tocar e delicadamente a deitou em seu sofá indo em seguida atender a ligação.
- Mochi. –disse ofegante.
- Kouyou?- era a voz de Aoi. – Eu já te liguei umas onze vezes, por onde esteve? Pensei que ia direto pra casa...
- E eu vim.
- Por que está respirando assim? – ele soou preocupado.
- Acabei de subir com uma mulher no meu colo. – respondeu apreensivo.
Silêncio.
- Hmm safadinho! – riu-se Aoi.
- Não é nada disso! – ele corou. – Eu a encontrei desmaiada no meio da rua e agora ela está deitada no meu so...
Ele virou-se para olhar a mulher e percebeu que ela não estava mais lá.
- No seu..? – perguntou Aoi.
- Ela sumiu. – disse Kouyou aflito olhando por todos os lados.
- O que?
- Ela sumiu... – ele automaticamente desligou o telefone e foi procura-la por todo o apartamento.
Olhou em todos os cômodos e nada. Voltou à sala indo ate a porta e observou que ela estava trancada, as chaves estavam em suas mãos... Como ela poderia ter saído?
Foi até a janela e observou a rua escura. Ela não poderia ter pulado, era uma queda de 11 andares. Coçou a cabeça preocupado e resolveu ir tomar banho.
Já longe dali a mulher andava rapidamente segurando seu vestido para ele não arrastar no chão.
Ouviu um forte trovão e começou a correr já próxima ao galpão enorme a sua frente.
- Gekkouka... Já de volta? – ouviu uma voz conhecida.
Virou-se a fim de encarar seu amigo de longa data e sorriu.
- Aquela maldita... – disse ela. – Me fez cair do telhado de novo. – respondeu referindo-se a sua gata de estimação.
- Ela vai voltar. – disse ele colocando a frente dela e abrindo as correntes do galpão. – Seu pai te aguarda.
- É serio? – ela perguntou desanimada. – Ele vai brigar por me ver assim...
E olhou para baixo a fim de ver o estado de suas roupas.
- Eu já o deixei a par dos acontecimentos. – riu-se ele.
- Obrigada Kayu-kun! – sorriu ela entrando no galpão e indo em direção ao vulto iluminado pela luz do luar um pouco mais a frente.
- Otou-san... – fez uma breve reverencia.
Lentamente seu pai virou-se para encara-la com a seriedade e a serenidade de sempre.
Ele era extremamente bonito e sedutor, os cabelos negros e compridos lhe cobriam os ombros com suas poucas ondulações, seus olhos azuis e sutilmente puxados sempre aparentemente desprovidos de emoção.
Gekkouka sempre odiara o fato de ele ser seu pai e por isso, estar fora de sua lista de prováveis pretendentes.
- Filha... – disse ele esboçando um sorriso suave. – Isso não é modo de se apresentar a seu pai. – completou desviando seu olhar para as vestes sujas e desarrumadas da filha.
- Me desculpe... – disse ela abaixando a cabeça.
Seu pai se aproximou lentamente dela levantando seu rosto com uma das mãos.
-Quantas vezes tenho que te ensinar a não abaixar a cabeça?- disse severamente. – Kayu já me informou que Celmisia fugiu de novo... – completou gentilmente.
-Aquela gata... vive fugindo pra cidade...- resmungou Gekkouka.
- Isso te irrita não é? – lhe deu um beijo na testa.
- Muito. Cansei de cair de telhados.
- Tenho uma noticia que pode alegrar você. – ele se afastou um pouco cruzando os braços.
Ela olhou-o curiosa.
- Os descendentes da rosa estão vindo nos fazer uma visita. – sorriu.
“Essa não”, pensou.
Não que não gostasse deles, muito pelo contrario. Eram nobres amigos de sua família á séculos, sempre muito bem educados e gentis. Sempre muito bem vestidos...
Ela olhou desesperada para o pai.
- Há tempo de me trocar? – perguntou.
No mesmo instante Kayu entrava no galpão apressado.
- Yasu-sama... – se colocou de joelhos. – Os descendentes da rosa já estão lá fora aguardando na carruagem.
-Permita-os entrar, Kayu. – respondeu calmamente.
Kayu se levantou indo até a porta do galpão a escancarando.
Por ela, entraram os cinco convidados. A frente deles estava seu nobre: Kamijo, que se adiantou vindo cumprimentar Yasu e em seguida beijando a mão de Gekkouka.
- Yasu-sama, - ele disse. – Obrigada por nos receber.
- Não é nada Kamijo.
- Gekkouka... Está ainda mais bela. – a olhou com brilho nos olhos.
- O senhor é muito gentil. – ela sorriu.
Os outros, Hizaki, Masashi, Yuki e Teru que estavam á sombra mais distantes se aproximaram para cumprimenta-los também.
Seria um longa estadia...
Kouyou saiu do banheiro vestindo apenas suas calças e enxugando seus cabelos com uma toalha branca, ainda confuso por tudo o que havia acontecido. Sem duvidas, havia sido algo muito estranho.
Ao ir em direção a sua cama, notou uma presença estranha sobre ela.
Um gato.
Ele olhou confuso e curioso ao mesmo tempo. Era um gato bonito, de pelugem macia e bem cuidada, levemente avermelhada. Os olhos pareciam duas pedras de jade de tão verdes.
- De onde você veio, hein? – perguntou aproximando-se cauteloso do animal que miou baixo e suavemente.
Sentou-se na cama e o gato veio deitar-se em seu colo, ronronante. Ele sorriu. O bicho era fofo. Acariciou sua cabeça e buscou uma coleira surpreendendo-se em não acha-la, um gato tão bonito e bem cuidado deveria ter dono, não?
Levantou com o gato em seus braços e foi até a cozinha encher uma tigela de leite.
Colocou o gato no chão e o observou sorver todo o liquido com um sorriso tímido no rosto.
- Boa noite, Neko. – e virou-se indo á seu quarto para dormir.
Repousou sua cabeça no travesseiro e rapidamente todos os pensamentos sobre a mulher de negro se esvaíram de sua mente.
Amanhã seria um novo dia, e assim ele adormeceu.
------- > Fim do primeiro capitulo ^.^ Se não estiverem gostando é só avisar, please. Não sou adivinha e minha bola de cristal foi confiscada por Hogwarts. Se gostarem gritem. Como? COMENTANDOOO eu adoro comentários, é sério XD. Até o segundo capitulo \o <--------
